A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), deu cumprimento, nessa quarta-feira (27), a um mandado de prisão temporária e de busca e apreensão contra o suspeito de participação na tentativa de homicídio contra um homem e sua companheira, uma adolescente grávida de 32 meses.
As informações são do G1MA
O crime aconteceu no dia 16 de junho na cidade de Imperatriz, a cerca de 634 km de São Luís.
Segundo a polícia, o suspeito estava escondido em uma casa nas proximidades de onde o crime aconteceu, no bairro São José, em Imperatriz. De acordo com as investigações, o crime pode ter sido motivado por uma disputa entre organizações criminosas, com ligação ao tráfico de drogas na região.
Ainda segundo a polícia, outro suspeito, que também estaria envolvido no crime, já foi identificado. A polícia segue realizando buscas para localizar todos envolvidos no crime.
O caso
A bala ficou alojada na perna do bebê — Foto: Reprodução/Bom Dia
A adolescente de 15 anos foi baleada na noite do domingo (16), na rua 14, no bairro São José, em Imperatriz, na região tocantina.
Segundo a Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), a vítima estava na porta de casa com o companheiro, identificado como Douglas Sousa, de 20 anos, quando foram surpreendidos por dois homens que dispararam diversas vezes contra o casal.
Os tiros atingiram a barriga da adolescente, que foi socorrida e levada para a Maternidade de Alto Risco de Imperatriz, onde passou por uma cesárea de emergência. Exames de imagem mostraram que um dos tiros atingiu a perna esquerda do bebê.
O companheiro da adolescente também foi atingido durante a ação criminosa. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal de Imperatriz, onde passou por cirurgia. Não há informações sobre o estado de saúde dele.
Procedimento cirúrgico
O bebê teve que passar por umprocedimento cirúrgico para retirada do projétil na Maternidade de Alto Risco de Imperatriz (MARI). A cirurgia na bebê, que durou cerca de duas horas, foi realizada após a mãe ser submetida a uma cesárea de emergência.
Para entender um pouco sobre o grau de complexidade da cirurgia, o g1 conversou com exclusividade com Tania Mara Nascimento, médica e coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz.
“ A cirurgia foi de risco. A localização da bala pelo vasto lateral da coxa esquerda, onde passa estruturas importantes de artérias. Foi uma cirurgia bem complexa, porém foi tranquila, com duração em torno de duas horas. Se a bala tivesse localização mais acima, poderia pegar a artéria femoral, causando uma hemorragia maciça, levando o bebê a óbito’’, afirma a médica.
A bala ficou alojada na parte de dentro da coxa, onde passam estruturas cruciais para o funcionamento do corpo. Caso tivesse atingindo uma área mais acima, próximo a virilha, ocorreria uma hemorragia com alto fluxo e velocidade intensa de perda de sangue, sem controle.
Como o bebê é considerado prematuro, há um risco elevado de desenvolver problemas a longo prazo. Por isso, após a cirurgia o bebê passou a ser acompanhado pela equipe da maternidade.
“Quanto as sequelas da parte ortopédica, isso é um processo que vamos monitorar a longo prazo, após a recuperação do bebê e do pós-operatório imediato. Mas, como não houve lesão de nenhuma estrutura importante, acredito que tenha um bom prognóstico”, disse.
Segundo a coordenadora, a cirurgia foi realizada pelo médico ortopedista Robson Soares, com o apoio de uma equipe composta por: médica pediatra, caso houvesse intercorrências durante o procedimento, um médico anestesista e toda equipe de enfermagem.
O bebê segue internado desde o dia 17 de junho.
Investigações
Inicialmente, a polícia investigava se o casal teria sido baleado após uma tentativa de assalto. No entanto, segundo informação repassada pela Delegacia Regional de Imperatriz, a possibilidade de roubo foi descartada, e o caso passou a ser investigado como tentativa de homicídio.
De acordo com o Major Leonardo Oliveira, comandante do 3º BPM, testemunhas relataram que o companheiro da adolescente teria envolvimento com facções criminosas e estaria com dívidas relacionadas à drogas.
“Infelizmente imagens ainda não temos, mas estamos em campo para tentar coletar mais informações para saber sobre a dinâmica. A gente tem algumas informações que essa ocorrência se deu por dívidas de drogas, principalmente em razão do rapaz atendido, ele estava devendo para uma facção”, explicou o Major Leonardo Oliveira, comandante do 3º BPM.
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) segue investigando o caso. Até o momento, uma pessoa foi presa.