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PRISÃO

Presos quatro funcionários do Mateus após tortura de suspeito de furto

A Polícia Civil do Maranhão prendeu ontem quatro funcionários que prestam serviço ao Grupo Mateus por manter um homem negro sob ameaças, tortura psicológica e cárcere privado por quatro horas dentro de um almoxarifado de um supermercado da rede em Santa Inês, no interior do Maranhão.

Foram presos dois fiscais de prevenção de perdas do supermercado, um vigilante e um subgerente do supermercado. O UOL entrou em contato com a defesa dos funcionários, mas ainda não houve retorno dos advogados até a última atualização desta reportagem.

A vítima, de 35 anos, havia comprado dois quilos de frango, às 8h de ontem, e saía com a sacola com o produto e a nota fiscal, depois de pagar pelos itens no caixa. As imagens da câmera de segurança do supermercado flagram a abordagem de um segurança no momento em que o homem deixava o supermercado.

Ele foi conduzido por uma escada até o setor de gerência do supermercado. Lá, foi fotografado e levado ao almoxarifado, nos fundos da loja. Segundo o relato prestado na delegacia da cidade, ele foi algemado e amarrado com um pedaço de fio metálico a uma barra de ferro por ao menos quatro horas. Nesse período, ele foi ameaçado por seguranças, inclusive com arma de fogo, para que confessasse um suposto furto.

“Os funcionários, em vez de realizarem o procedimento legal de acionamento da Polícia Militar ou da Polícia Civil, para que ele fosse conduzido e autuado pelo crime de furto, o que eles fizeram foi amarrá-lo, praticar tortura psicológica e ainda tortura física, porque ele foi mantido amarrado em uma barra de ferro, em pé, por quatro horas”, disse o delegado Allan Santos, de Santa Inês.

Sobre o caso, o Grupo Mateus afirmou que houve um grande furto de alimentos no supermercado e que o cliente foi mantido preso até que familiares chegassem para pagar os produtos a mais. “Relatamos que a equipe de segurança interna abortou um caso de furto de inúmeras mercadorias. Foi concedido ao autor um prazo para que a sua família efetuasse o pagamento das mercadorias, evitando assim o registro formal da ocorrência. Sem o comparecimento de familiares, o autor foi embora, tendo a empresa recuperado os mais de 30 produtos furtados. Em represália à apreensão, o mesmo registrou boletim de ocorrência, deturpando os fatos e levando informações distorcidas ao delegado de plantão que apurou preliminarmente o caso. Continuaremos à disposição das autoridades para esclarecer o ocorrido”, diz a nota da empresa.

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Do Uol

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