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Território fantasma”: facções expulsam 30 famílias e transformam vila no Ceará em cenário de guerra

Em Pacatuba, região metropolitana de Fortaleza, uma vila inteira foi esvaziada após a disputa sangrenta entre o Comando Vermelho, o Terceiro Comando Puro e a GDE. Casas abandonadas, ruas desertas e medo: o retrato mais recente do avanço das facções no Ceará.

Uma vila que antes abrigava famílias, crianças brincando nas calçadas e pequenos comércios hoje é puro silêncio. O Jacarezal, comunidade no município de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza, virou um verdadeiro “território fantasma” após cerca de 30 famílias serem expulsas de casa por facções criminosas rivais.

O local foi tomado pela violência após o Comando Vermelho (CV) invadir a área, antes controlada pela Guardiões do Estado (GDE). Em resposta, a GDE selou uma aliança com o Terceiro Comando Puro (TCP), facção carioca, reacendendo uma guerra que deixou mortos, tiroteios diários e um rastro de medo.

Segundo moradores, um homem que se recusou a abandonar sua casa foi assassinado. Três dias depois, o vilarejo estava completamente vazio — apenas animais domésticos e o silêncio tomaram conta das ruas empoeiradas, antes cheias de vida. Barbearias, mercadinhos e até uma igreja evangélica estão agora de portas trancadas e cadeados enferrujados.

Disputa pelo domínio do tráfico

A escalada começou no início de setembro, quando pichações do CV surgiram nos muros do Jacarezal, sinalizando a tentativa de tomada do território. Dias depois, o TCP e a GDE responderam com novas marcas e fogos de artifício em Fortaleza e outras cidades, celebrando a união das facções.
O resultado: helicópteros da polícia sobrevoando a região, ruas desertas e famílias fugindo às pressas.

Quem tenta voltar para buscar móveis encontra o acesso bloqueado — por criminosos ou pela própria polícia, que interditou a entrada por segurança.

Ceará sitiado

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A guerra entre facções no Ceará não é nova, mas os episódios de expulsão em massa têm se tornado rotina. Desde 2015, centenas de famílias foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo a Defensoria Pública.

GDE, nascida no próprio estado, rompeu o equilíbrio entre o Comando Vermelho e o PCC, e desde então o mapa da violência se redesenha a cada semana.

Entre 2017 e 2018, o Ceará viveu os anos mais sangrentos de sua história, com mais de 9,6 mil homicídios registrados.
Agora, cenas como as do Jacarezal voltam a expor o poder paralelo que desafia o Estado.

Resposta das autoridades

Em nota, a Polícia Militar informou que reforçou o patrulhamento no Conjunto Jereissati III, onde fica o Jacarezal.
Polícia Civil, por sua vez, diz que as ameaças estão sendo investigadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), mas até o momento ninguém foi preso.


Ministério Público acompanha o caso por meio do Gaeco e oferece apoio psicológico e jurídico às famílias expulsas através do Núcleo de Acolhimento às Vítimas de Violência (Nuavv).

Enquanto isso, o Jacarezal permanece vazio — um símbolo do medo que domina o Ceará e da ausência do Estado em territórios tomados pelo crime.

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