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Pabllo Vittar: ‘Para ser gay no interior do Maranhão, tem que ser forte’

Em entrevista, cantora fala do novo trabalho, de como lida com as pressões da fama, com as críticas, de seus hobbies e de como construiu a personalidade forte que imprime

“Eu sou da noite, eu pertenço à noite”, avisa Pabllo Vittar logo na introdução de seu álbum mais recente, “Noitada”. Ao longo de dez faixas, elementos da house music misturados a batidas de pop e funk dançantes dão o tom da festa de Pabllo que parece não ter fim. Agora, a noitada ganhou um “After”, disco de remixes da coletânea que conta com os hits “Ameianoite” e “Balinha de coração”. Com novas parcerias e produções, as músicas estarão disponibilizadas em todas as plataformas digitais a partir de hoje às 21h.

Diferente do clima de verão e descontração leve que apresentou há dois anos em “Batidão tropical”, a nova fase de uma das drag queens mais populares do país abraça temas como álcool, sexo, drogas e liberdade. Os dois trabalhos (“Noitada” e “After”) ainda serão acompanhados de um terceiro — sobre o qual ela guarda segredo — para formar uma espécie de trilogia.

— Quando acabou a pandemia, eu pude fazer um laboratório, ir para a noite, me reconectar com meu eu que gosta de libertinagem, de álcool, sexo, coisas que as outras pessoas, muitas vezes, encaram como impróprias e eu trouxe tudo isso pra esse álbum. “After” é a consumação de tudo — conta Pabllo, que acrescenta que essa vivência já fazia parte da sua vida. — Sempre gostei de sair, a minha drag começou nas festas, hoje faço shows… Nada mais justo do que ter um álbum celebrando tudo isso.

Desde que surgiu em 2015 com “Open bar”, a cantora apostou na mistura de elementos sonoros que a consolidou como artista pop. Passou pelo funk, brega, pisieiro e aposta no rave funk para dar sequência a uma carreira que já lhe rendeu duas apresentações no Coachella, na Califórnia, a tornou a primeira brasileira a realizar o projeto Beauty Secrets da Vogue americana e a primeira drag queen a receber um prêmio e a se apresentar no MTV EMA, realizado na Europa, em 2019.

Pabllo foi apresentada para o grande público brasileiro em 2017 no Rock in Rio, durante uma performance supresa em um palco de patrocinador. Ali ganhou milhares de fãs que anseiam, inclusive, por um show completo da artista no festival, que ainda não aconteceu. Mas o momento pode estar próximo, em setembro ela se apresenta no The Town, festival em São Paulo dos mesmo criadores do evento carioca, ao lado de Liniker e Jup do Bairro. Nas redes sociais, há quem diga que sente falta de um grande hit recente da cantora.

— Me vejo como uma artista divisora de águas. Sei do meu potencial e de como agrego para a cultura fonográfica brasileira. Já me senti pressionada pelo mercado para entregar hit, mas hoje não. Fazer música é o meu ofício, não vou parar de fazer só porque alguém não identifica como bom — diz Pabllo.

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Mesmo que muitas das letras que canta sejam empoderadas e fortes, ela explica que o processo de autoconhecimento e terapia ao longo dos anos foi importante para não se deixar abalar com o que dizem por aí:

— Para ser gay numa cidade no interior do Maranhão tem que ser uma pessoa forte. Ao longo do tempo, tive que fortalecer algumas outras coisas, mas nunca tive medo do que iam achar de mim, até porque eu ia para escola com lente de contato e lápis no olho, amor.

Se Pabllo pudesse voltar no tempo e dar um conselho a ela mesma diria para não se comparar aos outros, acreditar na sua jornada e no tempo das coisas para cada um, reflete. A artista está numa fase de olhar para dentro, cuidar da mente, do corpo e não gastar energia com o que não vale a pena, ela diz. A calmaria quase se contradiz com a agitação a que “After” se propõe, mas na verdade são duas faces que a levam ao equilíbrio.

— Hoje tenho mais “pé no chão”, sei da minha responsabilidade e tenho que me colocar nesse lugar de cuidado. Só a gente pode fazer isso por nós, por inteiro, coração e alma. E quando digo cuidar não é tipo “fazer um skincare”, é cuidado mesmo, com seu corpo, com a sua vida, porque é um presente tão lindo, por que gastar com pessoas de energia errada? — conta ela, que apagou quase todos os aplicativos de rede social do celular, só controla o Instagram, e quando não está trabalhando tira um tempo para fazer “nada”. — Vou no salão fazer limpeza de pele, faço laser, coisas para ficar com uma autoestima boa, mas é isso. Gosto de fazer nada, ficar de meia em casa. Asssisto anime, eu amo. Estava assistindo agora a terceira temporada de JoJo’s Adventure, assisto Bleach, já vi Hunter vs Hunter umas cinco vezes. Jogo videogame também, esses dias joguei o novo do Naruto.

O GLOBO

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