Alex da Natividade Rodrigues era de São Mateus do Maranhão, cidade a 194 km de São Luís, quando foi até o Pará trabalhar na implantação do Projeto Novo Estado, no município de Pacajá. O projeto prevê a construção de mais de 1.800 km de linhas de transmissão no Pará e Tocantins, além de uma subestação.
Pai de quatro crianças – uma de 4 anos -, Alex foi mais uma das vítimas da queda de duas torres de transmissão de energia, na tarde de sexta (16). No domingo (18), a Polícia Civil do Pará esteve no local do acidente e realizou uma nova perícia. No entanto, ainda não se sabe o que efetivamente causou a queda das estruturas. A principal linha de investigação é acidente de trabalho.
A atual companheira de Alex, Meyre Santos falou que ainda está muito abalada pelo que aconteceu, mas que tem recebido apoio psicológico. Eles já moravam juntos e cuidavam da criação dos filhos.
“Esse acidente maldito levou vida dele. Fazia quatro meses que ele era meu esposo. Meu filho pequeno de 4 anos anos ficou sem pai”, disse Meyre.
O corpo de Alex estava marcado para chegar ainda nesta segunda (19), em São Mateus. Além dele, outros três maranhenses morreram no acidente. São eles:
- Fagner Martins da Silva, de Pastos Bons (MA)
- Luiz Carlos Pereira, de Santa Rita (MA)
- Romário Santos, de Itapecuru-Mirim (MA).
O acidente
As torres caíram na comunidade Bom Jardim, entre os municípios de Anapu e Pacajá, no sudoeste do Pará. A estrutura estava em construção e ao menos 26 trabalhadores da empresa SKIC Brasil (subsidiária da chilena Sigdo Koppers) estavam na torre no momento da queda.
Vídeo mostra momento antes da queda de torre de transmissão no Pará
O acidente deixou cinco mortos na hora, que ficaram presos às estruturas e mais de dez feridos. O primeiro atendimento às vítimas foi no Hospital Municipal de Pacajá, que teve de reforçar as equipes de saúde. Um dos trabalhadores que teve múltiplas fraturas morreu logo após dar entrada na unidade.
Quatro vítimas foram transferidas durante a noite para o Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, a 220 km de Pacajá. Um deles morreu dentro da ambulância durante o transporte, próximo a Belo Monte.
Queda de torre de transmissão no Pará — Foto: Arte/G1
Projeto Novo Estado
De acordo com Ministério de Minas e Energia, as vítimas eram funcionários da empresa Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela ENGIE para a implantação do Projeto Novo Estado, no município de Pacajá. Em 2019, a ENGIE assinou o contrato de aquisição do Projeto Novo Estado, que prevê a construção de mais de 1.800 km de linhas de transmissão no Pará e Tocantins, além de uma subestação e da expansão de outras três.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, todas as atividades foram interrompidas e medidas de apoio aos acidentados e às famílias das vítimas estão sendo adotadas pela SKIC e acompanhadas pela companhia.
O que diz a empresa responsável
“A SKIC Brasil lamenta profundamente o acidente no Projeto Novo Estado, ocorrido nesta sexta-feira (16/07), que causou o falecimento e ferimento de alguns de seus colaboradores que trabalhavam no local.
A empresa está fornecendo todo o apoio necessário às famílias dos colaboradores falecidos e também dando toda a assistência aos feridos e seus familiares. A prioridade é auxiliar as famílias que perderam seus entes queridos, acompanhar de perto o estado de saúde dos feridos e ajudar as famílias das vítimas no que for necessário.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
As atividades no local foram suspensas, e a SKIC Brasil já está contratando a perícia técnica para investigar as causas reais do acidente e dará todo apoio às autoridades na apuração do caso. A empresa informará as causas do acidente a todos os envolvidos nessa tragédia e também à imprensa assim que elas forem apuradas.
A SKIC Brasil, em toda a sua operação, desde o início, sempre atuou seguindo os padrões de segurança e as melhores práticas e normas de segurança, saúde e meio ambiente, e reitera seu compromisso com a segurança de seus colaboradores, que são a parte mais importante da companhia.”
G1.MA