O câncer de pênis é o principal responsável por mais de 7,2 mil amputações do órgão no Brasil nos últimos 14 anos. O procedimento cresceu 1.604% nas salas de cirurgia brasileiras nesse mesmo período, o que representa uma média de 515 brasileiros que perdem o órgão genital — a cada ano.
Os dados foram coletados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de informações do Ministério da Saúde. Com a falta de informação e cuidado da população masculina, o câncer de pênis segue como um principais vilões da saúde dos homens.
Nos últimos 14 anos, as regiões Sudeste e Nordeste foram as que mais registraram casos do tumor, com 3.162 e 2.574 diagnósticos, respectivamente. As duas regiões também foram as que apresentaram maior incidência de amputações — foram 2.872 casos no Sudeste e 2.104 no Nordeste.
Já o Centro-Oeste aparece em segundo lugar quando são comparados o número de casos de câncer peniano por cada 100 mil habitantes homens: a taxa de incidência da região é de 9,42, pouco atrás da região campeã de incidência, a Nordeste (9,93).
Em 2021, o Datasus registrou 1.791 casos no país, um valor menor do que os registrados nos últimos quatro anos. Para a SBU, a baixa nos casos é, na verdade, um reflexo da diminuição do número de homens que procuraram hospitais e especialistas durante a pandemia.
O câncer de pênis está relacionado, principalmente, à falta de cuidado na higiene do órgão, como o erro de não “afastar a pele que recobre a cabeça do pênis, o prepúcio, para fazer a lavagem dele”. Fimose, contaminação por HPV (Papolomavírus humano) e tabagismo também podem influenciar o surgimento da doença.
Por isso, especialistas apontam que além da higienização correta, é preciso que homens se vacinem contra a HPV e usem preservativo para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
De acordo com o Datasus, a média da cobertura vacinal da segunda dose da vacina contra o HPV em meninos de 11 e 14 anos é de apenas 35,6%. Durante o mês de fevereiro, a SBU irá promover encontros virtuais e ações de conscientização sobre o câncer de pênis.
Além disso, a instituição escolheu o dia 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, para promover um mutirão de cirurgias de circuncisão em estados do Norte e do Nordeste.
O procedimento remove o prepúcio, o que facilita a higienização, previne a contaminação pelo HPV e diminui as chances de desenvolver o câncer de pênis.
Da Redação, com informações do Correio Braziliense