O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta sexta-feira (28), arquivar o recurso da OAB que contestava a quebra de sigilo bancário de um dos advogados de Adélio Bispo, autor do ataque a faca contra o então candidato Jair Bolsonaro em 2018. A Corte considerou que o pedido perdeu objeto, já que o inquérito que motivava a medida havia sido oficialmente encerrado.
Segundo informações divulgadas pelo Poder360, a própria OAB comunicou ao relator, em 10 de novembro, que não havia mais investigação ativa — o que tornou inútil seguir com a análise do caso. A ação chegou a entrar na pauta da 5ª Turma, mas foi retirada após adiamentos e, por fim, arquivada pelo ministro Joel Ilan Paciornik.
A origem do financiamento da defesa de Adélio sempre gerou controvérsia. O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior afirmou ter sido contratado por um suposto fiel das Testemunhas de Jeová — versão posteriormente desmentida pela instituição. Ele admitiu à PF ter aceitado o caso buscando visibilidade, cobrando honorários reduzidos, dos quais apenas uma parcela foi paga.
Relatórios e investigações da PF chegaram a citar possível ligação de advogados com o PCC e identificar valores suspeitos, além de grupos de mensagens com nomes provocativos, como “Adélio PCC”. Contudo, a própria corporação concluiu que não havia provas de que a facção financiou a defesa.
O recurso arquivado pelo STJ tratava da quebra de sigilo autorizada pelo TRF-1, que entendeu ser necessário identificar quem pagou o advogado, diante das contradições no caso. A OAB alegou violação das prerrogativas da advocacia, enquanto o MPF alternou posições ao longo dos anos.
Com o inquérito encerrado e sem medidas pendentes, o STJ finaliza o debate sem julgar o mérito — mas o episódio mantém vivo o mistério sobre quem financiou a defesa de Adélio Bispo e por que isso jamais foi totalmente esclarecido.




































