Em três meses, o serviço de atendimento de chamadas de emergência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em São Luís já registrou 7.125 ligações falsas. Os trotes, que são crimes, tem atrapalhado o trabalho dos socorristas na capital maranhense.
Durante o período, o serviço já recebeu mais de 58 mil ligações. É como se uma das oito cabines disponíveis para atendimento a população, estivesse totalmente voltada para o atendimento das ligações falsas.
Quem passa trote pode responder por falsa comunicação de crime e pode ser punido com um a seis meses de prisão ou multa. O crime pode impedir que alguém que esteja precisando de socorro seja realmente atendido pelas equipes do Samu.
“Isso atrapalha a gente em todos os aspectos, em todas as paradas do nosso atendimento. Atrapalha a gente na Central de Regulação, porque nem sempre a gente consegue identificar o trote no primeiro momento, então o médico acaba mobilizando uma ambulância para fazer um atendimento que não existe. Assim como atrapalha as equipes das nossas ambulâncias, querendo ou não, a gente impede de atender quem realmente está precisando”, explica Michael Marques, diretor do Samu em São Luís.
Em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, 40% das ligações recebidas pelo Samu são trotes. O município atende cerca de 30 municípios do sul do estado e conta com 14 bases descentralizadas.Por dia, o serviço recebe pelo menos 200 ligações por dia e a metade dos pedidos de socorro são falsos. Segundo a direção da unidade, os números aumentaram durante a pandemia.Cerca de 50 das ligações são para atendimento de casos clínicos, ou seja, de atendimentos em residências. Em seguida, aparecem as ocorrências psiquiátricas, acidentes de trânsito e os feridos por arma branca ou de fogo.”Nem todas as ligações que são trotes a viatura vai. Os atendentes são treinados e capacitados para isso. Mas, às vezes vai, e acaba atrapalhando já que no lugar de estar atendendo uma ocorrência verídica está na verdade atendendo um trote”, disse Kelma Costa, coordenadora do Samu em Imperatriz.
G1MA